LIV | O socioemocional e o desenvolvimento global

O desenvolvimento global de jovens e crianças é cada vez mais presente em pautas educacionais. Por esse motivo, cada vez mais tem se falado também em soft skills – ou as chamadas habilidades socioemocionais. Isso porque, em cada fase da vida, os indivíduos precisam dessas habilidades em momentos que vão desde situações rotineiras à superação de grandes desafios. 

 

Pensando nisso, uma das iniciativas da nossa proposta pedagógica é o Laboratório Inteligência de Vida – LIV, que desde o Infantil até o Ensino Médio, ajuda os alunos a desenvolverem três importantes pilares para sua formação: autoconhecimento, inteligência emocional e colaboração. Dessa forma, eles se tornam sua própria melhor versão tanto no âmbito pessoal como profissional. 

 

Tempo estimado de leitura: 5 minutos  

 

Para que você conheça mais sobre o projeto e entenda sua importância e contribuição para o desenvolvimento de nossos alunos, convidamos Caio Lo Bianco, um dos idealizadores do LIV. Confira abaixo e se encante com essa iniciativa que ajuda nossos alunos a irem ainda mais longe. 

 

Caio Lo Bianco – Criador e diretor executivo do LIV

 

PENSI: Qual foi o insight para a criação do Projeto? Pode falar um pouco sobre como foi o processo e quais foram as influências para ele?

Caio Lo Bianco: Antes de iniciar o projeto, a gente ficou quase um ano viajando pelo mundo para entender quais eram as iniciativas relacionadas ao socioemocional e como elas eram aplicadas em seus respectivos países. Então acabamos percebendo a necessidade de criar um projeto inspirado nesses projetos que já eram referência há mais de 10 anos, mas que se encaixasse melhor à realidade brasileira. 

Começamos essa criação junto dos nossos alunos das escolas do Eleva Educação – incluindo o Pensi – e tivemos grandes aprendizados. Uma coisa que sempre foi muito importante na criação do projeto foi trabalhar a diversidade e a multiplicidade que a gente tem no Brasil, porque um aluno no sul do Brasil é diferente do aluno do nordeste do Brasil e a gente sempre quis explorar um pouco essa multiplicidade brasileira. 

Além disso,  a gente sempre buscou e busca fazer parcerias com autores que já fossem renomados em uma específica área de trabalho para acrescentar no projeto e no material. Como por exemplo uma parceria com a Blandina Franco no segmento do ensino fundamental ano iniciais, que é uma autora muito reconhecida na literatura infanto juvenil. 

 

PENSI: Com as constantes e numerosas mudanças da atualidade e um futuro imprevisível, como o LIV ajuda na formação dos alunos?

Caio Lo Bianco: O LIV justamente ajuda o aluno a enfrentar o que é imprevisível. A gente entende que hoje, para você formar um aluno, não adianta mais simplesmente passar a informação para ele, porque a informação está disponível em todos os lugares. É necessário trabalhar a informação com esse aluno e é nesse momento de lidar com a informação (que está em constante mudança) que a gente trabalha as competências socioemocionais. Nesse ponto estamos trabalhando uma coisa que é do ser humano, então isso é o que não muda, nossa base. 

Apesar de o futuro ser imprevisível, ele nos dá uma certeza: cada vez mais as competências e habilidades socioemocionais devem ser valorizadas. E, com relação às constantes mudanças, uma das coisas que a gente vem sempre trabalhando é justamente o fato dos alunos se depararem com uma situação inesperada, e aí, então, como eles lidam com isso – e mais ainda: como lidam com os fracassos? 

E, é claro, a gente também trabalha com a questão: como lidar com pessoas que são diferentes de você? Como lidar com uma realidade que não é a realidade que você tinha esperado? Então o LIV trabalha a forma como o aluno vai lidar com essas e outras questões que fazem parte da sua realidade presente e futura. 

 

PENSI: Qual é a expectativa, no mercado de trabalho e vida pessoal, para os alunos que tiveram acesso ao LIV na escola?

Caio Lo Bianco: As pesquisas que falam sobre mercado de trabalho é que o jovem chega ao mercado de trabalho sem saber como lidar com desafios, sem saber como trabalhar em equipe e sem saber como lidar com os seus próprios sentimentos. Então, definitivamente, a pessoa que tem todo o arcabouço conteudista não é necessariamente o profissional mais bem preparado para o mercado de trabalho. Não adianta você ter uma pessoa que tem o conteúdo da escola e da universidade, mas não está disposto a aprender, a trabalhar em equipe ou não está disposto a receber feedback de pontos a desenvolver. 

Então o que o LIV faz é preparar melhor os alunos para que eles enfrentem os desafios que vão ter na vida pessoal e profissional. Quando esses alunos entendem com mais clareza seus conflitos internos e externos, eles conseguem traçar melhores caminhos.

 

PENSI: Além de adequar o método de acordo com o segmento do aluno, sabemos que o LIV oferece um material especial também para as famílias com o intuito de continuar o desenvolvimento em casa, mas você tem alguma dica para que as famílias falem e lidem melhor com os sentimentos?

Caio Lo Bianco: O papel das famílias é fundamental no desenvolvimento socioemocional dos alunos, então elas também, de alguma forma, precisam passar por um processo de aprendizagem, já que, anteriormente, esse não era um assunto abordado. 

Por isso, o LIV, da mesma forma que pretende criar espaços de fala e escuta dentro de sala de aula, também trabalha para que esses espaços de fala e escuta sejam criados e fortalecidos dentro de casa. O principal foco que a gente tem com as famílias é educar sobre a importância das competências socioemocionais. Mas também fazer com que os tutores valorizem essa parte social e emocional dos alunos. Por exemplo, uma das coisas que a gente tenta trabalhar no ambiente familiar é a noção de que os sentimentos são todos igualmente importantes, pois não tem nenhum problema o filho sentir raiva ou sentir medo, a questão toda é o que ele faz com essa raiva e com esse medo. Além disso, a gente tenta desmistificar entre as famílias a  concepção de que existem sentimentos bons ou ruins, pois não adianta a gente fazer um trabalho incrível dentro da escola e, quando o aluno chega em casa, o responsável não dá a devida atenção, desvaloriza ou até mesmo diminui o sofrimento e as questões emocionais daquela criança ou daquele adolescente.

 

PENSI: Notamos aqui no Pensi diversos projetos criados pelos nossos alunos que são motivo de muito orgulho, como a implementação do primeiro balanço para deficientes no Parque Madureira. Qual é a sensação de ajudar a inspirar tantos alunos a serem protagonistas de ações que mudam o mundo um pouco de cada vez?

Caio Lo Bianco: Eu acho que um ponto principal para a gente refletir na educação é que a gente cria uma educação para os alunos. Mas normalmente eles não são os protagonistas da educação que estão recebendo, portanto, faltam espaços dentro da escola onde esse aluno é ouvido, onde ele tem alguma possibilidade de atuação. O LIV parte justamente disso, tudo que a gente cria dentro do programa, a gente cria com muita pesquisa com base nos interesses das crianças e adolescentes. 

No LIV, acreditamos na ideia dos alunos serem protagonistas. E não só falando de serem protagonistas das suas vidas, mas serem protagonistas também na sua própria educação. O que me deixa muito feliz é o fato da gente ter um projeto que possibilite essa mudança, que o aprendizado não parta só do adulto para criança, mas da criança para ela mesma. E principalmente de escutar muitos alunos dizendo que o LIV é a aula predileta deles. Ou alunos que estão muito estressados, principalmente agora durante a pandemia e já reconhecem a aula do LIV como sendo uma aula que dá um espaço de respiro para eles, essa é a melhor sensação.

 

 

 

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Escrito por:
Agência Titânio


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